12/11/2012

Decodificar

Como lidar com crianças com dificuldades em ler

Muitas crianças chegam à escola com o que se pode chamar de “confusão cognitiva”, ou seja, um estado de não-compreensão e diferenciação tanto das propriedades formais de escrita como dos objetivos da leitura. É esse estado de confusão, quando evoluído, que gera o boom da aprendizagem leitora, pois assim as crianças vêem de forma mais clara os conceitos funcionais e as características alfabéticas da linguagem escrita.
Inspirada nos princípios piagetianos a perspectivas psicogenética da aprendizagem de leitura atribui à criança um papel de sujeito ativo que se questiona em frente ao código escrito, ou seja, o objeto de conhecimento a que tem acesso relativamente cedo. O sujeito que constrói suas categorias pensantes pela ação que exerce sobre os objetos de conhecimento, neste caso, a leitura, é o chamado sujeito epistémico de Piaget. Compete ao aprendiz leitor ajudar na investigação da aprendizagem de leitura. 
Os professores precisam ter referência para utilizar técnicas e procedimentos para avaliar as falas.
Para desenvolver a leitura é necessária a compreensão do principio alfabético, um ensino que mostre como as letras possuem seus correspondentes sonoros utilizando processos contínuos de familiarização 
O professor deve prestar assistência no caso de duvidas, e trabalhar com vários tipos de texto (narrativo, informativo, poesia...) lidando com as palavras desconhecidas até que os alunos adquiram competências básicas de decodificação para ler o texto e compreender que mensagem ele possui.
Outro método é usar cartões com as letras do alfabeto para que os alunos possam nomear as letras, identificar o som (fonema) e exemplos de palavras (M =letra emi fonema [M] som mê palavras =mãe, mala, meu).
Utilizar a leitura de não-palavras para desenvolver a decodificação real, pois no caso de palavras conhecidas poderiam ser identificadas e o restante por advinhação, porém o uso de não-palavras promove a decodificação, mas torna a leitura estranha por não ser dotada de sentido podendo causar certa aversão. Outra opção para amenizar essa aversão seria utilizar não-palavras que sejam derivadas de palavras existentes, permitindo uma pronuncia por comparação, lembrando que antes deve-se avisar que são palavras inventadas que não têm significado, mas que será possível lê-las.
Podem ser trabalhadas, por exemplo, os dígrafos (digramas) ch, rr, qu...Onde vemos duas letras, mas ouvimos um único som (fonema) ou até mesmo encontros consonantais (bl,cl, blusa, bicicleta) estimulando a memória de curto e longo prazo.
Muitos conseguem realizar a decodificação das palavras, porém apresentam déficits de compreensão que causam atrasos na leitura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLL, César; PALACIOS, Jesus; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar; trad. Marcos A. G. Domingues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

GARCIA, Jesus Nicaso. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática; trad. De Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

SNOWLING, Margaret; STRACKHOUSE, Joy e colaboradores. Fala e Linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas.